Webb detecta supernova de 13 bilhões de anos e revela segredos do Universo primordial
O Telescópio Espacial James Webb identificou uma supernova de 13 bilhões de anos — a mais antiga já registrada — junto com sua galáxia hospedeira. A descoberta muda o que sabemos sobre as primeiras estrelas do Universo.
12/9/20252 min read


Representação artística de uma supernova (ESA)
O registro mais antigo de uma supernova já observado
O Telescópio Espacial James Webb, em parceria com outros observatórios internacionais, detectou uma supernova que ocorreu quando o Universo tinha apenas 730 milhões de anos. A confirmação foi anunciada pela Agência Espacial Europeia (ESA), marcando um novo recorde: até então, a supernova mais antiga datava de 1,8 bilhão de anos após o Big Bang.
A imagem capturada pelo Webb mostra o brilho do gamma-ray burst, um ponto vermelho minúsculo no centro da área ampliada — um eco de uma estrela que explodiu há mais de 13 bilhões de anos.
O que torna essa descoberta tão impressionante
Segundo o pesquisador Andrew Levan, o feito mostra que o Webb é capaz até mesmo de identificar estrelas individuais em uma era em que o Universo possuía apenas 5% da idade atual. Ele destaca que eventos como esse são incrivelmente raros:
“Há apenas algumas rajadas de raios gama detectadas nos primeiros bilhões de anos do Universo. Este evento é extremamente raro e muito empolgante.”
Mesmo com a enorme distância temporal, os cientistas se surpreenderam ao constatar que essa supernova antiga é praticamente idêntica às supernovas modernas.
Isso contraria expectativas, já que as primeiras estrelas provavelmente tinham menos elementos pesados, eram mais massivas e viviam por muito menos tempo.


A pequena mancha vermelha no centro da caixa de colheita é a coisa mais antiga que você já viu. (NASA, ESA, CSA, STScI, A. Levan)
Como a supernova foi descoberta tão rapidamente
A identificação aconteceu graças a uma sequência coordenada de telescópios ao redor do mundo. Confira a ordem do “revezamento”:
Swift Observatory (NASA): detectou o raio X inicial e indicou a posição.
Nordic Optical Telescope (Espanha): observou o evento e suspeitou da distância extrema.
Very Large Telescope (Chile): calculou a idade: apenas 730 milhões de anos após o Big Bang.
James Webb: confirmou a supernova e a galáxia hospedeira.
Tudo isso em menos de 17 horas, segundo a ESA.
O que vem agora
A equipe responsável pela descoberta recebeu aprovação para usar mais horas do Webb em estudos de explosões estelares no Universo primitivo. A expectativa é que o brilho residual dessas explosões ajude a revelar:
características das primeiras galáxias,
composição das primeiras estrelas,
como o Universo evoluiu tão rapidamente nos primeiros bilhões de anos.
Como disse Levan:
“Esse brilho será uma ‘impressão digital’ que permitirá ao Webb enxergar ainda mais longe.”
