Telescópio James Webb Flagrou Clarões de Luz Misteriosos no Buraco Negro do Centro da Via Láctea

O Telescópio Espacial James Webb fez uma descoberta surpreendente: ele captou clarões de luz intensos e rápidos perto do buraco negro supermassivo que está no centro da nossa galáxia, a Via Láctea. Esse buraco negro é conhecido como Sagittarius A* (ou Sgr A*), e está localizado a cerca de 26 mil anos-luz da Terra.

4/17/20253 min read

💥 Flares de Luz: Um Espetáculo Cósmico

Durante as observações, os astrônomos perceberam que clarões de luz surgem constantemente, alguns durando poucos segundos, outros muito mais brilhantes e intensos, aparecendo diariamente. Esses flares não seguem um padrão — são imprevisíveis e variam a cada nova análise.

Segundo Farhad Yusef-Zadeh, professor de astronomia da Universidade Northwestern e autor principal do estudo, os dados mostraram algo como "um brilho borbulhante constante", seguido de "explosões repentinas de luz". Cada observação trouxe algo novo e empolgante.

🌌 Como Isso É Possível se Buracos Negros Não Emitem Luz?

É verdade que buracos negros não emitem luz diretamente, mas eles influenciam o que está ao seu redor. O que os cientistas observaram foi o disco de acreção — uma estrutura formada por gás e poeira que gira em alta velocidade ao redor do buraco negro. Esse movimento gera calor extremo e emite radiação, criando esses clarões luminosos.

A região onde ocorrem esses flares fica bem próxima ao horizonte de eventos, o ponto sem retorno, onde nem a luz consegue escapar da gravidade do buraco negro.

🧲 O Que Causa os Clarões?

Os cientistas acreditam que os clarões mais curtos surgem por causa de pequenas turbulências no disco de acreção, que comprimem o gás quente (plasma) e provocam essas explosões de radiação. Já os clarões maiores e mais duradouros podem estar ligados a eventos de reconexão magnética, quando campos magnéticos se colidem e liberam partículas superenergéticas.

É como se fosse uma versão cósmica das erupções solares, só que muito mais intensa e energética.

an artist's impression of a black hole in the sky
an artist's impression of a black hole in the sky

🌈 Observações em Várias Cores

Com a tecnologia avançada do James Webb, os astrônomos conseguiram observar os clarões em duas faixas diferentes de luz infravermelha ao mesmo tempo. Isso permitiu entender melhor as propriedades físicas dos flares, como o campo magnético e a densidade do material ao redor do buraco negro.

Segundo Yusef-Zadeh, é como se estivessem vendo o universo “em cores”, em vez de apenas preto e branco. Essa visão mais detalhada traz pistas valiosas sobre o funcionamento interno do coração da nossa galáxia.

📅 Observações Constantes e Resultados Inéditos

As observações foram feitas ao longo de 48 horas distribuídas em um ano inteiro, com sessões de 8 a 10 horas. Em cada período, os astrônomos registraram de cinco a seis grandes flares por dia, além de vários flashes menores.

O que chama atenção é que o buraco negro da Via Láctea nunca parece se acalmar. Ele está sempre ativo, mudando de comportamento o tempo todo — algo que o torna único entre os milhares de buracos negros estudados.

🌠 Por Que Essa Descoberta É Importante?

Os buracos negros supermassivos são considerados verdadeiros motores cósmicos. Eles influenciam a formação de estrelas e a distribuição de gás nas galáxias. Entender como eles se comportam é essencial para compreender a evolução do universo.

Além disso, essas descobertas mostram como o Telescópio James Webb está revolucionando a astronomia. Nunca antes tivemos uma visão tão próxima, clara e detalhada do centro da nossa galáxia.

🔭 E o Que Vem Agora?

Os cientistas planejam continuar observando Sagittarius A* com frequência, buscando entender melhor o que causa cada tipo de flare. Essas novas informações ajudarão a montar o quebra-cabeça sobre o comportamento de buracos negros supermassivos e sua influência nas galáxias ao redor.