O Que é a Expansão do Universo? Como os Astrônomos Medem o Crescimento Cósmico
Desde a descoberta de que o universo está se expandindo, uma das questões mais fascinantes e complexas da cosmologia tem sido entender como e por que o universo continua a se expandir. Mas, afinal, o que significa a expansão do universo e como os astrônomos medem esse crescimento cósmico? Neste artigo, vamos explorar esse conceito fundamental da cosmologia e as ferramentas que os cientistas usam para estudar a expansão do universo.
EXPANSÃO DO UNIVERSO
3/8/20254 min read


O Que é a Expansão do Universo?
A expansão do universo é o fenômeno pelo qual as galáxias estão se afastando umas das outras ao longo do tempo. Isso acontece porque o próprio espaço-tempo, a "malha" do universo, está se expandindo. De acordo com a teoria do Big Bang, o universo começou há cerca de 13,8 bilhões de anos a partir de um estado extremamente denso e quente e, desde então, tem se expandido.
A expansão não significa que as galáxias estejam se afastando por um movimento dentro do espaço; na verdade, o espaço entre as galáxias está crescendo, fazendo com que elas pareçam se afastar umas das outras. Esse fenômeno é descrito pela Lei de Hubble, que afirma que a velocidade com que uma galáxia se afasta de nós é diretamente proporcional à sua distância. Em outras palavras, quanto mais distante uma galáxia estiver, mais rápido ela se afasta.
A História da Descoberta da Expansão do Universo
A ideia de que o universo estava se expandindo surgiu nos anos 1920, quando o astrônomo Edwin Hubble observou que as galáxias estavam se afastando umas das outras. Hubble usou o desvio para o vermelho (redshift) da luz das galáxias para demonstrar que elas estavam se afastando à medida que o universo se expandia. Esse desvio para o vermelho ocorre porque as ondas de luz se esticam à medida que o espaço se expande, fazendo com que a luz se desloque para comprimentos de onda mais longos, o que é observado como um "vermelho" no espectro da luz.
Essa descoberta foi uma das evidências mais fortes para a teoria do Big Bang, que propõe que o universo teve um início em um ponto extremamente denso e quente e que, desde então, tem se expandido.
Como os Astrônomos Medem a Expansão do Universo?
Embora a ideia de um universo em expansão seja fascinante, medir essa expansão não é uma tarefa simples. Os astrônomos usam várias técnicas e ferramentas para medir o crescimento cósmico, e aqui estão as principais:
1. Lei de Hubble
A Lei de Hubble é a base para medir a taxa de expansão do universo. Ela relaciona a velocidade de recessão (como uma galáxia está se afastando de nós) com a distância entre as galáxias. Em termos simples, a lei afirma que a velocidade de afastamento de uma galáxia é proporcional à sua distância de nós. A constante de Hubble (H₀) é a medida que descreve essa taxa de expansão.
Para medir a distância das galáxias, os astrônomos usam técnicas como o método de candelas padrão (mais detalhado abaixo). Com isso, conseguem calcular a velocidade com que uma galáxia está se afastando, e com a Lei de Hubble, estimam a taxa de expansão do universo.
2. Candelas Padrão
Uma das formas mais precisas de medir a distância de objetos distantes, como galáxias, é usando candelas padrão, que são objetos no espaço com brilho conhecido. Um exemplo famoso é o supernova tipo Ia. Essas supernovas têm um brilho padrão muito bem entendido pelos astrônomos, o que permite que eles calculem a distância até a galáxia onde a supernova ocorreu, baseado em quão brilhante ela parece da Terra.
Ao observar o desvio para o vermelho da luz das galáxias e combinar isso com a medição da distância das supernovas, os cientistas conseguem calcular a taxa de expansão do universo e determinar a constante de Hubble.
3. Radiação Cósmica de Fundo em Micro-ondas (CMB)
Outro método importante para medir a expansão do universo envolve a radiação cósmica de fundo em micro-ondas (CMB). Essa radiação é a "luz remanescente" do Big Bang, que preenche o universo e oferece uma visão do estado primordial do cosmos. Estudando a CMB, os cientistas podem aprender mais sobre a taxa de expansão do universo nos primeiros momentos após o Big Bang, o que ajuda a entender a evolução do universo e sua aceleração.
4. Efeito de Lentes Gravitacionais
As lentes gravitacionais ocorrem quando a luz de objetos distantes é distorcida por um objeto massivo, como uma galáxia ou um aglomerado de galáxias, que se encontra entre a Terra e o objeto observado. A maneira como a luz é distorcida pode ser usada para calcular a distância até o objeto distorcido e, ao combinar essa informação com a Lei de Hubble, é possível medir a taxa de expansão do universo com precisão.
A Expansão Acelerada do Universo
Uma das descobertas mais surpreendentes dos últimos tempos foi que a expansão do universo não está apenas acontecendo – ela está acelerando. Em 1998, dois grupos independentes de astrônomos descobriram que a taxa de expansão do universo estava aumentando, o que sugere a presença de uma misteriosa energia chamada energia escura. A energia escura, que é responsável por impulsionar essa aceleração, compõe cerca de 70% do universo, mas ainda é um grande mistério para os cientistas.
Conclusão: O Futuro da Expansão do Universo
A expansão do universo é um dos conceitos fundamentais para entender o cosmos e sua evolução. Ao longo das últimas décadas, os astrônomos desenvolveram métodos cada vez mais sofisticados para medir a taxa de expansão, e a Lei de Hubble continua sendo a chave para entender como o universo está crescendo.
Com novas descobertas sobre a energia escura e a aceleração da expansão, os cientistas estão mais perto de responder a algumas das perguntas mais profundas sobre o destino do universo. O que sabemos é que o universo continuará a se expandir, e isso nos leva a pensar: qual será o futuro do cosmos, e o que nos aguarda nas profundezas do espaço? Só o tempo – e novas pesquisas – dirão.