NASA planeja instalar reator nuclear na Lua até 2030: a aposta que pode mudar a exploração espacial para sempre
A NASA quer instalar um reator nuclear de 100 quilowatts na Lua até 2030. Entenda por que essa ousada missão pode ser a chave para bases permanentes no espaço e como ela pode revolucionar a exploração de outros planetas.
8/15/20253 min read


Crédito de imagem em destaque — Reuters
A corrida para levar energia nuclear à Lua
A NASA confirmou planos ambiciosos para instalar um reator nuclear na superfície lunar até o início da próxima década. O projeto, que prevê um microreator de 100 quilowatts, promete fornecer energia estável e contínua para missões tripuladas e futuras bases permanentes — algo que a energia solar, limitada por longos períodos de escuridão lunar, não consegue oferecer.
Segundo especialistas, como a ex-diretora de tecnologia da NASA, Dra. Bhavya Lal, essa iniciativa não é nova: a agência investe em energia nuclear espacial há décadas. O diferencial agora é o prazo. Se bem-sucedido, o reator poderá fornecer eletricidade suficiente para manter operações complexas na Lua, incluindo impressão 3D de estruturas e atividades industriais.


Um conceito artístico de um sistema de energia de fissão na superfície lunar (NASA)
Por que energia nuclear no espaço é essencial
Potência incomparável em missões espaciais
Enquanto a energia solar depende de luz contínua, um reator nuclear pode fornecer grande quantidade de energia com pouca massa. Para efeito de comparação, um pedaço de urânio-235 do tamanho de uma bola de beisebol pode gerar tanta energia quanto um trem carregado de carvão.
O caso da missão New Horizons 🚀
Em 2015, a sonda New Horizons passou por Plutão, mas não pôde entrar em órbita devido à baixa potência de seus sistemas — apenas 200 watts, equivalente a duas lâmpadas caseiras. Com um microreator, a sonda poderia ter orbitado o planeta-anão e transmitido dados em tempo real.


Engenheiros da NASA e da NNSA abaixam a parede da câmara de vácuo em torno do sistema KRUSTY. (Laboratório Nacional de Los Alamos)
O impacto na exploração lunar e marciana
Superando os desafios da Lua
Na Lua, a noite dura 14 dias terrestres, o que inviabiliza o uso contínuo de energia solar sem enormes baterias enviadas da Terra. Um reator nuclear eliminaria essa dependência, permitindo que missões funcionem 24 horas por dia, mesmo em crateras sem luz solar.
Preparando terreno para Marte
Em Marte, tempestades de poeira podem durar meses, bloqueando a luz solar e desligando equipamentos. Para a Dra. Lal, a Lua é o campo de testes ideal antes de enviar o primeiro reator a Marte.


Nave espacial da SpaceX como vista durante o seu oitavo voo de teste
Os obstáculos para tirar o projeto do papel
Apesar do entusiasmo, desafios técnicos e logísticos ainda travam o projeto. Atualmente, não há empresas nos EUA produzindo microreatores prontos para uso espacial. Além disso, um reator de 100 quilowatts pesaria até 15 toneladas — carga que nenhum foguete comercial consegue levar sozinho ao espaço no momento.
A NASA aposta no Starship, da SpaceX, para resolver o problema de transporte. Mas a nave ainda enfrenta testes frustrados, com explosões e atrasos. Outro ponto crítico é o desenvolvimento do módulo de pouso que levaria o reator até a superfície lunar.
Custos e cortes de pessoal ameaçam a missão
O projeto exigiria cerca de US$ 800 milhões por ano durante cinco anos. Além disso, a NASA enfrenta um corte estimado de 4 mil funcionários, incluindo engenheiros especializados em energia nuclear, o que pode afetar prazos e a qualidade da execução.
Mesmo assim, com o apoio do Departamento de Energia dos EUA e empresas privadas, há esperança de que o cronograma até 2030 seja cumprido.
Uma nova era para a exploração espacial?
Se o reator nuclear lunar se tornar realidade, será um divisor de águas. Ele pode permitir bases permanentes, produção industrial no espaço e a abertura do caminho para a colonização de Marte. Mais do que um avanço tecnológico, seria o início de uma nova era de exploração interplanetária.