Meta Vence Processo Antitruste e Evita Ter de Separar Instagram e WhatsApp

A Meta venceu o maior processo antitruste já movido contra a empresa. A Justiça dos EUA decidiu que o FTC não comprovou monopólio, evitando a separação de Instagram e WhatsApp. Entenda os detalhes e o impacto no setor digital.

11/18/20253 min read

Meta Vence Processo Antitruste e Evita Ter de Separar Instagram e WhatsApp
Meta Vence Processo Antitruste e Evita Ter de Separar Instagram e WhatsApp

ANCARA, TURQUIA - 28 DE OUTUBRO: Uma tela de telefone celular exibe o logotipo da Meta e uma tela digital exibe o fundador da Meta, Mark Elliot Zuckerberg, ao fundo em Ancara, Turquia, em 28 de outubro de 2025. (Via Getty Images)

Meta escapa do maior risco da sua história

A Meta acaba de superar um dos desafios mais perigosos que já enfrentou: o processo antitruste que poderia obrigá-la a separar Instagram e WhatsApp. Um juiz federal dos EUA decidiu que o Federal Trade Commission (FTC) não conseguiu provar que a empresa ainda exerce monopólio no setor de redes sociais.

A decisão encerra — ao menos por enquanto — uma disputa iniciada em 2020, no fim do primeiro mandato de Donald Trump.

O caso: o FTC queria desfazer as aquisições

O argumento do governo

O FTC acusou a Meta (na época, Facebook) de comprar rivais estratégicos — Instagram (2012) e WhatsApp (2014) — com a intenção de eliminar concorrência e prejudicar consumidores nos EUA.

A defesa da Meta

A empresa contra-argumentou que:

  • As plataformas só se tornaram gigantes de 1 bilhão de usuários graças aos investimentos da Meta.

  • TikTok se tornou o maior concorrente dos últimos anos, mostrando que a empresa não domina o mercado.

  • O ecossistema digital mudou completamente desde 2020.

A decisão judicial que mudou tudo

O juiz distrital James Boasberg concluiu que o FTC não provou que a Meta possui poder de monopólio atualmente:

“O órgão deve mostrar que a Meta continua a deter esse poder. A Corte determina que o FTC não fez isso.”

Segundo Boasberg, em 2020 talvez fosse possível argumentar sobre o domínio da Meta — mas hoje, TikTok e YouTube estão no mesmo mercado competitivo.

E só a presença massiva do TikTok já foi suficiente para derrubar a acusação de monopólio.

Por que o FTC perdeu?

1. TikTok mudou o jogo

O rápido crescimento do TikTok e seu impacto direto no Facebook e Instagram foram decisivos.
Mark Zuckerberg testemunhou que o app chinês fez o crescimento da Meta “desacelerar dramaticamente”.

2. O mercado de redes sociais não é mais o mesmo

Para o FTC, o “mercado relevante” incluía apenas apps como Snapchat e MeWe.
Mas o juiz entendeu que TikTok e YouTube são parte central das redes pessoais modernas, impossibilitando caracterizar monopólio.

3. Falta de provas da situação atual

Mesmo que a Meta tivesse grande poder no passado, isso não garante monopólio hoje — e o FTC não forneceu evidências concretas.

O que poderia ter acontecido?

Se o FTC tivesse vencido, a Meta poderia ser obrigada a:

  • vender o Instagram

  • vender o WhatsApp

  • redesenhar seu negócio digital por completo

Seria a maior desagregação corporativa desde o caso da AT&T nos anos 1980.

Reações à decisão

FTC

O órgão demonstrou forte insatisfação:

“Estamos profundamente desapontados. A decisão está sendo analisada.”

O FTC ainda pode recorrer, mas não deixou claro se seguirá adiante.

Meta

A empresa comemorou:

“A decisão reconhece que a Meta enfrenta forte concorrência. Continuaremos investindo em inovação nos EUA.”

Impacto no mercado de tecnologia

A vitória da Meta:

  • reforça a dificuldade do governo em regular gigantes da tecnologia;

  • fortalece o entendimento de que o mercado digital mudou com TikTok, YouTube e novas plataformas;

  • evita um terremoto estrutural em redes sociais que impactaria bilhões de usuários.

Especialistas apontam que esse resultado reduz a probabilidade de grandes desmontes de big techs no curto prazo.

Conclusão: uma vitória gigantesca para a Meta

A Meta não apenas venceu um processo histórico — ela evitou um dos maiores riscos já enfrentados pela empresa. O caso mostra como o ecossistema digital evoluiu e como a competição hoje é mais ampla do que há uma década.

Mas o assunto está longe de acabar: o FTC pode apelar, e outros processos envolvendo big techs continuam em andamento.