Meta é acusada de ocultar pesquisas que mostravam impactos negativos no Facebook
Documentos de um processo nos EUA afirmam que a Meta teria enterrado pesquisas internas que apontavam que usuários que desativavam o Facebook apresentavam menos ansiedade, depressão e solidão. Entenda as acusações e o que pode acontecer a seguir.
11/24/20252 min read


Via Get Imagens
Meta na mira: empresa é acusada de esconder dados prejudiciais aos usuários
A Meta, empresa por trás de Facebook, Instagram e WhatsApp, está novamente sob fortes acusações.
Segundo novos documentos revelados em um processo nos Estados Unidos, a companhia teria suspendido pesquisas internas depois que os resultados mostraram que usuários que desativavam o Facebook ficavam menos ansiosos, deprimidos e solitários.
Os dados foram revelados em documentos não redigidos de um processo movido por diversos distritos escolares norte-americanos contra empresas de mídia social.
O que foi o “Project Mercury”?
A investigação interna da Meta, chamada Project Mercury, começou em 2020.
O estudo foi feito em parceria com a empresa de pesquisas Nielsen, e analisava diretamente:
Os efeitos de desativar o Facebook
Impactos na saúde mental dos usuários
Mudanças em comportamento social e bem-estar
O resultado que a Meta não queria ouvir
O estudo teria apontado que usuários que abandonavam o Facebook:
Apresentavam redução nos níveis de depressão
Sentiam menos ansiedade
Relatavam menor solidão
Segundo o processo, assim que esses dados apareceram, a Meta:
Interrompeu o projeto
Não publicou os resultados
Alegou que os achados estavam “contaminados” por narrativas negativas da mídia
Pesquisadores internos teriam confirmado os resultados
O documento revela ainda que membros da equipe de pesquisa da própria Meta teriam reforçado a validade do estudo.
Relatos internos citados no processo dizem que:
O estudo “mostra impacto causal” sobre comparação social
Um funcionário comparou a situação à indústria do tabaco, que escondeu por décadas os danos do cigarro
Outro mencionou que a empresa estava ignorando evidências relevantes
As acusações remetem a outros escândalos corporativos, como as investigações internas de empresas de petróleo sobre o clima que foram ocultadas no passado.
A resposta da Meta
Em nota enviada à imprensa, a Meta afirmou:
Que os processos usam citações fora de contexto e opiniões distorcidas
Que a empresa trabalha há anos para proteger jovens
Que implementa recursos como contas específicas para adolescentes no Instagram
A empresa tenta impedir que parte dos documentos seja tornada pública, argumentando que o pedido dos autores do processo é “amplamente genérico”.
Processos estão crescendo no mundo todo
Essa acusação não é inédita. Em 2023, a Meta já havia sido processada por 41 estados norte-americanos por supostamente prejudicar a saúde mental de jovens.
Outro juiz acusou a empresa de tentar bloquear pesquisas internas que mostravam danos psicológicos.
Cresce a preocupação global com redes sociais e saúde mental
O efeito das plataformas digitais sobre crianças e adolescentes está sendo cada vez mais discutido.
Países como:
Malásia
Dinamarca
Austrália
já estudam ou implementam medidas para proibir o uso de redes sociais por menores de idade.
Conclusão
As novas acusações reacendem debates sobre responsabilidade corporativa, transparência de plataformas e saúde mental na era digital.
Se comprovado, o caso pode representar um dos episódios mais graves envolvendo a Meta, com impacto direto em legislações futuras sobre proteção a crianças e adolescentes.
Os próximos meses devem ser decisivos, especialmente com a audiência marcada para janeiro envolvendo a liberação dos documentos completos.
