Matéria escura pode emitir brilho invisível e finalmente ser detectada, indicam novos estudos

A possível primeira pista visível da matéria escura

A matéria escura sempre foi considerada completamente invisível — sem cor, sem brilho e impossível de detectar diretamente. Mas dois novos estudos publicados em outubro estão desafiando essa ideia e sugerem que a substância responsável por 85% de toda a matéria do universo pode, sim, deixar um rastro detectável. ✨

Os resultados podem representar o avanço mais significativo em décadas na tentativa de descobrir o que a matéria escura realmente é.

Pesquisa indica que a matéria escura pode alterar a luz

Um dos estudos, publicado na Physics Letters B pela Universidade de York, sugere que a matéria escura pode gerar sutis "assinaturas coloridas" — tons azulados ou avermelhados — em regiões onde ela se acumula.

O pesquisador Mikhail Bashkanov explica que mesmo o tipo mais escuro de matéria escura pode interagir com a luz de maneira indireta, através de cadeias de partículas intermediárias como o bóson de Higgs e o quark top.
🔍 Isso significa que a matéria escura talvez não seja totalmente invisível, apenas extremamente difícil de observar.

Raios gama no centro da galáxia reforçam a hipótese

Um segundo estudo, publicado na Physical Review Letters, reacendeu outro indício: um misterioso excesso de raios gama vindo do centro da Via Láctea, detectado pelo telescópio Fermi em 2009.

Por anos, os cientistas debateram se esse brilho era causado por pulsares de milissegundo ou pela aniquilação de partículas de matéria escura. Agora, novas simulações de alta resolução calcularam que a distribuição da matéria escura no centro galáctico não é esférica — como se acreditava — mas achatada, o que combina com o padrão observado dos raios gama.

📌 Esse ajuste no modelo devolve à matéria escura o posto de principal suspeita.

A fase mais promissora da busca pela matéria escura

Se esses estudos forem confirmados, os cientistas podem estar pela primeira vez perto de observar um efeito direto causado pela matéria escura, algo que a física moderna tenta há mais de 70 anos.

Além de resolver um dos maiores enigmas do cosmos, isso pode abrir caminho para:

• novos experimentos de detecção direta

• revisão de modelos cosmológicos atuais

• novas teorias sobre a formação das galáxias

• avanços na física de partículas

A pergunta que antes era "como detectar algo invisível?" começa a se transformar em "o que exatamente estamos prestes a ver?".