Juiz decide que Google não precisa vender o Chrome em caso de monopólio
A justiça dos EUA decidiu que o Google não precisará vender o navegador Chrome em processo antitruste, mas a empresa terá que mudar práticas de negócios consideradas abusivas. Entenda o que muda para o mercado de tecnologia e concorrência online.
9/3/20252 min read


Crédito da imagem em destaque — Associated Press
Google vence disputa sobre o Chrome, mas terá que mudar práticas
Após mais de um ano de discussões, o juiz federal Amit Mehta decidiu que o Google não precisará se desfazer do navegador Chrome em seu processo de monopólio. A decisão rejeita o pedido do Departamento de Justiça (DoJ), que havia solicitado a venda do Chrome para reduzir o poder de mercado da gigante da tecnologia.
Em uma decisão de 230 páginas, o juiz classificou o pedido como um “exagero” por parte dos reguladores, afirmando que a empresa não utilizou o Chrome ou o Android para impor restrições ilegais de concorrência.
O que o Google não poderá mais fazer
Apesar de manter o controle sobre o Chrome e o Android, o Google terá que alterar suas práticas comerciais:
Não poderá firmar acordos exclusivos de distribuição envolvendo o Google Search, Chrome, Gemini e Google Assistente.
Não poderá mais exigir que fabricantes de dispositivos pré-instalem seus aplicativos como condição para acessar a Google Play Store.
Não poderá condicionar acordos de compartilhamento de receita à colocação prioritária de seus aplicativos.
👉 Ainda assim, o Google poderá continuar pagando parceiros como a Apple para incluir o buscador em seus produtos — prática que segue gerando discussões no setor.
Compartilhamento de dados: nova exigência da justiça
Outro ponto importante da decisão é que o Google terá que compartilhar parte de seus dados de pesquisa com concorrentes, algo inédito até então.
Segundo Mehta, essa medida ajudará a reduzir a vantagem competitiva do Google, permitindo que rivais melhorem a qualidade de seus serviços de busca.
No entanto, a empresa não será obrigada a compartilhar dados relacionados a publicidade, que são uma das maiores fontes de receita da companhia.
Reação do Google à decisão
Em comunicado oficial, o Google celebrou o fato de não ter que vender o Chrome ou o Android, mas demonstrou preocupação com algumas exigências impostas:
“Agora, o tribunal limitou a forma como distribuímos nossos serviços e exigiu que compartilhemos dados de busca com concorrentes. Temos preocupações sobre como essas medidas podem afetar nossos usuários e sua privacidade.”
A empresa também indicou que ainda pode recorrer da decisão.
Impactos no mercado de tecnologia e concorrência
A decisão é considerada uma vitória parcial do Google:
✅ Conseguiu manter o controle sobre seus principais produtos (Chrome e Android).
❌ Terá que abrir mão de práticas exclusivas que reforçavam sua posição dominante.
⚖️ Pode abrir espaço para concorrentes ganharem relevância no mercado de buscas e navegadores.
Especialistas apontam que esse julgamento pode se tornar um marco para futuros processos antitruste contra grandes empresas de tecnologia, especialmente em tempos de transformação acelerada pela inteligência artificial.
Conclusão
O caso do Google mostra como o debate sobre monopólios digitais e concorrência justa está cada vez mais presente no setor de tecnologia. Embora a empresa tenha evitado a perda de ativos estratégicos como o Chrome, terá que se adaptar a um cenário mais restritivo e competitivo.
O desfecho final, incluindo possíveis recursos, ainda pode trazer novos capítulos para essa batalha judicial.