Estrela moribunda forma “ampulheta espacial” em rara imagem captada pelo James Webb

O Telescópio Espacial James Webb, da NASA, acaba de revelar uma das imagens mais impressionantes já vistas no cosmos: a formação de uma estrutura parecida com uma ampulheta gigante no espaço, gerada pelos últimos momentos de uma estrela moribunda. A cena foi registrada no coração da nebulosa NGC 1514, localizada na constelação de Touro, a cerca de 1.500 anos-luz da Terra. A descoberta foi possível graças ao equipamento MIRI (Instrumento de Infravermelho Médio), que permite detectar detalhes invisíveis para telescópios anteriores.

4/16/20252 min read

🔭 Uma visão inédita do fim de uma estrela

Segundo a NASA, esta é a primeira vez que conseguimos observar, com tamanha clareza, os gases e poeiras ejetados por uma estrela em processo de morte. A estrutura capturada se assemelha a uma ampulheta, com anéis luminosos, núcleo rosado e nuvens alaranjadas que formam uma rede tridimensional.

“Com os dados do MIRI, agora podemos examinar de forma abrangente a natureza turbulenta desta nebulosa”, destacou Mike Ressler, pesquisador do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

A formação teria começado há cerca de 4 mil anos e ainda está em evolução. No centro, existem duas estrelas que orbitam uma à outra a cada nove anos, embora pareçam apenas uma. Uma dessas estrelas era várias vezes mais massiva que o Sol, sendo a principal responsável por essa magnífica cena cósmica.

💨 Gás, poeira e uma história milenar

Com o passar do tempo, a estrela massiva começou a inflar e expelir suas camadas externas em um vento estelar lento e denso, deixando para trás um núcleo quente e compacto — agora uma anã branca. Esse processo esculpiu a forma da nebulosa, enquanto os ventos da anã branca modelaram as estruturas que o James Webb registrou.

O resultado é uma paisagem com dois anéis de poeira desigual, um centro rosa com oxigênio e ausência de elementos comuns como carbono, algo incomum em nebulosas. Acredita-se que a órbita próxima entre as estrelas tenha misturado os materiais e impedido a formação de moléculas mais complexas.

🧩 A forma da “ampulheta” no espaço

As imagens revelam que a NGC 1514 está inclinada a um ângulo de 60 graus, o que dá a impressão de que está “derramando”. Porém, trata-se de uma estrutura em forma de ampulheta tridimensional, com paredes laterais semitransparentes e nuvens densas de poeira alaranjada.

“Quando esta estrela estava no auge, a companheira pode ter puxado parte de seu material, formando os anéis visíveis hoje”, explicou David Jones, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias.

Esses anéis emitem radiação infravermelha ao serem aquecidos pela luz ultravioleta da anã branca. Isso os torna visíveis apenas com tecnologia avançada como a do James Webb.

🧬 A importância da descoberta

Esta observação revela muito mais do que beleza visual. Ela ajuda os cientistas a entender melhor como estrelas como o nosso Sol podem evoluir e morrer, além de fornecer pistas sobre a formação de elementos e moléculas no espaço.

Além disso, o estudo mostra como sistemas binários (com duas estrelas) podem gerar estruturas complexas e belas como essa. O James Webb segue revolucionando a astronomia moderna, oferecendo imagens que ampliam nosso conhecimento do universo.

🎥 Veja o vídeo completo da NASA sobre a descoberta:
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