China acusa NVIDIA de violar leis antitruste em aquisição da Mellanox
O governo da China afirma que a NVIDIA violou leis antitruste na compra da Mellanox por US$ 6,9 bilhões. Entenda as acusações, o impacto no mercado de chips e as consequências para as relações comerciais entre China e EUA.
9/15/20252 min read


NVIDIA
Entenda o caso: NVIDIA e a aquisição da Mellanox
A NVIDIA anunciou em 2019 a compra da fabricante de chips Mellanox Technologies, em um negócio avaliado em US$ 6,9 bilhões.
A aprovação pela China veio em abril de 2020, mas com condições específicas: a empresa deveria continuar fornecendo GPUs e produtos de interconexão ao país, respeitando princípios de justiça, razoabilidade e não discriminação.
Agora, o órgão regulador chinês SAMR (State Administration for Market Regulation) afirma que a companhia violou os termos acordados.
China acusa NVIDIA de quebra de regras antitruste
Em suas constatações preliminares, a SAMR declarou que a NVIDIA descumpriu tanto as leis nacionais antitruste quanto os termos condicionais impostos na aprovação da aquisição.
Pontos-chave das acusações:
A NVIDIA pode ter restringido o fornecimento de produtos estratégicos.
Há indícios de práticas que prejudicam a concorrência no mercado chinês.
As investigações seguem em andamento, sem penalidades anunciadas até o momento.
⚖️ O caso surge em um momento sensível, no meio das negociações comerciais entre China e Estados Unidos.
Contexto político e impacto nas negociações China-EUA
Segundo fontes do Financial Post, a SAMR já havia chegado a essas conclusões há semanas, mas esperou para divulgá-las agora, com o objetivo de ganhar vantagem nas conversas bilaterais.
Essas negociações, realizadas em Madrid, resultaram até agora em um acordo preliminar sobre o TikTok, mas expõem como a disputa tecnológica segue sendo um ponto de atrito entre as potências.
Relação da NVIDIA com o mercado chinês
A pressão sobre a NVIDIA não é novidade:
Em agosto, relatórios apontaram que a China estava desencorajando empresas locais a comprar os chips H20 da NVIDIA, pendentes de uma revisão de segurança nacional.
Em paralelo, os EUA flexibilizaram um bloqueio de três meses, permitindo que a NVIDIA voltasse a vender chips ao país, mas apenas modelos inferiores.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, chegou a declarar:
“Não vendemos para eles nossa melhor tecnologia, nem a segunda, nem a terceira. Apenas a quarta linha em diante. Queremos que os chineses fiquem dependentes da pilha tecnológica americana.”
Essa postura aumentou a percepção de que a NVIDIA é peça-chave na disputa tecnológica entre as duas maiores economias do mundo.
O que esperar daqui para frente
As consequências ainda são incertas, mas alguns cenários possíveis incluem:
Multas bilionárias aplicadas pela China.
Restrições adicionais às vendas de chips da NVIDIA no país.
Escalada das tensões comerciais entre Pequim e Washington.
🌐 O caso reforça como os chips se tornaram o “novo petróleo” da era digital, sendo estratégicos não só para o mercado de tecnologia, mas também para a geopolítica global.