Ammonite: O Enigmático Sednoide que Pode Mudar Tudo Sobre o Sistema Solar
Descoberto além de Plutão, o objeto 2023 KQ14 — apelidado de Ammonite — pode desafiar a teoria do Planeta Nove. Entenda o que é um sednoide e por que essa descoberta está intrigando os astrônomos em todo o mundo.
7/17/20253 min read


Representação artística de um nono planeta no sistema solar além de Plutão. (Ilustração por Tobias Roetsch/Future Publishing via Getty Images)
🪐 O Que é Ammonite (2023 KQ14) e Por Que Ele Está Agitando a Astronomia?
Um novo e misterioso objeto foi descoberto nos confins do Sistema Solar: trata-se de 2023 KQ14, carinhosamente apelidado de "Ammonite", em homenagem aos fósseis em espiral de antigos cefalópodes. Essa descoberta, feita com o Telescópio Subaru no Havaí por astrônomos japoneses, está desafiando teorias sobre a existência de um nono planeta — o enigmático "Planeta Nove".
Mas afinal, o que torna o Ammonite tão especial?
🌌 Ammonite é um Sednoide — Mas o Que Isso Significa?
Definição de Sednoide
Sednoides são corpos celestes extremamente distantes, localizados além da órbita de Netuno, e com órbitas altamente elípticas. O mais famoso até então era Sedna, que chega a se afastar mais de 900 unidades astronômicas (ua) do Sol.
A Órbita do Ammonite
O 2023 KQ14 chega a 66 ua de proximidade do Sol e pode se afastar até impressionantes 252 ua — números que o colocam como o quarto sednoide já identificado. Sua órbita única o diferencia dos outros, o que levanta questões profundas sobre a estrutura do Sistema Solar.
A Polêmica com o Planeta Nove: Ammonite Pode Refutar a Sua Existência?
Desde 2016, astrônomos especulam sobre a existência de um nono planeta oculto, baseado em padrões estranhos nas órbitas de objetos distantes do Cinturão de Kuiper. Alguns acreditam que um planeta massivo poderia estar “puxando” esses corpos, criando agrupamentos peculiares.
No entanto, Ammonite segue uma trajetória bem diferente dos outros sednoides, como Sedna e 2012 VP113. Isso enfraquece a hipótese de que um único planeta seja o responsável por esses padrões.
🔍 Segundo o Dr. Yukun Huang, do Observatório Astronômico Nacional do Japão, "a órbita de 2023 KQ14 não se alinha com a dos outros sednoides, o que reduz a probabilidade da existência do Planeta Nove".
Ele ainda levanta a possibilidade de que um planeta tenha existido e sido ejetado do Sistema Solar, gerando as órbitas incomuns que vemos hoje.


A órbita de 2023 KQ14 (em vermelho) comparada com as órbitas dos outros três sednoides (em branco). 2023 KQ14foi descoberto perto do seu periélio a uma distância de 71 unidades astronómicas (71 vezes a distância média entre o Sol e a Terra). O ponto amarelo indica sua posição atual.
🔭 Como o Ammonite Foi Descoberto?
A descoberta do Ammonite faz parte do ambicioso projeto FOSSIL (Formation of the Outer Solar System: An Icy Legacy), que busca entender a origem das regiões mais distantes do nosso sistema planetário.
📅 Ele foi observado nos meses de março, maio e agosto de 2023 com o Telescópio Subaru, e confirmado em julho de 2024 com o telescópio Canadá-França-Havaí.
Curiosamente, o Ammonite também foi identificado em imagens de arquivo com mais de 19 anos, o que permitiu o cálculo preciso de sua órbita.
O Que Podemos Aprender com Essa Descoberta?
Um Novo Capítulo para a Astronomia
A descoberta do Ammonite reforça como o Sistema Solar ainda guarda mistérios profundos. Ele nos lembra que há muito mais a ser explorado além da órbita de Plutão.
Implicações Futuras
🔭 Novas missões e telescópios mais potentes podem revelar ainda mais sednoides — ou até confirmar a existência de um Planeta Nove, caso ele realmente exista.
🧬 Além disso, o estudo desses corpos pode nos dar pistas sobre a formação original do Sistema Solar e a possibilidade de que planetas tenham sido ejetados ao longo de bilhões de anos.
🚀 Conclusão
A descoberta do Ammonite (2023 KQ14) representa mais do que apenas um novo objeto no espaço. Ele é um quebra-cabeça cósmico, que pode redefinir tudo o que sabemos sobre a estrutura do Sistema Solar.
Se o Planeta Nove realmente existir ou não, só o tempo — e a ciência — dirão. Mas uma coisa é certa: o espaço continua cheio de surpresas esperando para serem descobertas. 🌌✨