A Busca por Mundos Habitáveis Pode Estar nos Anões Vermelhos – Estudo Revela Novos Planetas Terrestres
Um novo estudo revela exoplanetas semelhantes à Terra ao redor de estrelas anãs vermelhas de baixa massa. Descubra por que esses astros discretos podem ser o foco mais promissor na busca por vida fora da Terra.
7/2/20253 min read


🔭 Por que os astrônomos estão de olho nos anões vermelhos?
Na busca por planetas habitáveis fora do Sistema Solar, os olhos dos astrônomos estão se voltando para os anões vermelhos – estrelas pequenas, frias e extremamente comuns na Via Láctea. Diferente das estrelas maiores e mais brilhantes, essas estrelas discretas agora se mostram como fortes candidatas para abrigar planetas com características semelhantes às da Terra.
A mais recente descoberta foi divulgada na revista Astronomy and Astrophysics, no estudo liderado pelo Dr. Adrian Kaminski, da Universidade de Heidelberg. Usando os dados do instrumento CARMENES, localizado no Observatório de Calar Alto, na Espanha, os cientistas identificaram novos exoplanetas rochosos ao redor de estrelas de massa extremamente baixa.
🌌 O que é o projeto CARMENES?
Um caçador de exoplanetas promissor
O CARMENES (Calar Alto high-Resolution search for M dwarfs with Exoearths) é um espectrógrafo de alta precisão projetado para detectar planetas em torno de estrelas do tipo M, também conhecidas como anãs vermelhas.
Desde 2016, o instrumento tem observado cerca de 300 anãs vermelhas, usando o método de velocidade radial – que detecta variações na luz das estrelas causadas pela gravidade de planetas próximos.
📌 Curiosidade: Mais de 75% das estrelas da Via Láctea são anãs vermelhas, tornando esse tipo de pesquisa extremamente relevante.
🌍 Quatro novos exoplanetas foram identificados
O estudo focou em um subconjunto com apenas 15 estrelas de baixíssima massa e revelou a presença de quatro novos planetas:
G 268–110 b
G 261–6 b
G 192–15 b e G 192–15 c
Três deles possuem massas entre 1,03 e 1,52 vezes a da Terra, com órbitas extremamente curtas – de 1,43 a 5,45 dias. O quarto planeta, G 192–15 c, é muito mais massivo (cerca de 14 massas terrestres) e orbita sua estrela em aproximadamente 3,3 anos.


🌱 Anãs vermelhas: estrelas perfeitas para a vida?
Estabilidade e longevidade favorecem a habitabilidade
As anãs vermelhas queimam seu combustível lentamente, o que lhes garante bilhões de anos de vida estável. Isso significa que, se um planeta estiver na zona habitável — a distância certa para que a água permaneça líquida —, ele pode manter condições para o surgimento e a manutenção da vida por longos períodos.
O sistema TRAPPIST-1 é um excelente exemplo disso: abriga vários planetas rochosos em órbitas próximas, alguns dos quais dentro da zona habitável.
📈 Dados estatísticos reforçam as chances
Pequenos planetas são comuns
Segundo a análise, estrelas com menos de 0,16 massas solares abrigam, em média, dois planetas com menos de três massas terrestres. Planetas maiores são muito mais raros.
“É impressionante como planetas pequenos ocorrem com frequência ao redor dessas estrelas de massa extremamente baixa”, afirma o Dr. Kaminski.
Esse resultado reforça outras pesquisas que mostram que sistemas com múltiplos planetas pequenos e órbitas curtas são comuns em torno de anãs vermelhas.
⚠️ Incertezas e próximos passos
Apesar dos resultados empolgantes, os cientistas ressaltam que ainda existem incertezas estatísticas significativas, principalmente pelo número reduzido de estrelas analisadas até agora. No entanto, quando o levantamento completo do CARMENES for concluído, os dados deverão confirmar as taxas reais de ocorrência de planetas com maior precisão.
“Completando a coleta de dados para os 300 alvos e ao menos 50 medições por estrela, faremos a análise final sobre taxas de ocorrência”, concluem os autores.
🚀 Conclusão: o futuro da busca por vida pode estar em estrelas pequenas
As novas descobertas reforçam uma ideia promissora: a maior chance de encontrar planetas habitáveis pode estar ao redor das menores estrelas do universo. Com instrumentos cada vez mais precisos e foco nos anões vermelhos, estamos mais perto de descobrir mundos semelhantes à Terra — e quem sabe, até traços de vida além do nosso planeta.